Bernardo Joaquim da Silva Guimarães nasceu em Ouro Preto, Minas Gerais, em 15 de agosto de 1825, e foi, além de acadêmico e jornalista, um importante romancista e poeta, marcando a segunda metade do século XIX com obras que são lidas e estudadas até os dias de hoje. É o patrono da Cadeira nº 5 da Academia Brasileira de Letras.
Filho de Joaquim da Silva Guimarães, também poeta, e Constança Beatriz de Oliveira, viveu em Uberaba e Campo Belo até os dezesseis anos, retornando a Ouro Preto apenas no ano seguinte, onde concluiu seus primeiros estudos. Em 1847, retornou aos estudos na Faculdade de Direito de São Paulo, onde conheceu Álvares de Azevedo e Aureliano Lessa, tornando-se inseparáveis amigos. O triou encabeçou a fundação da Sociedade Epicureia, um movimento estudantil que bebia da fonte, sobretudo, da produção literária do poeta britânico Lord Byron. No ano de sua colação de grau, 1852, publicou seu primeiro livro de poemas, Cantos da solidão.
Foi por duas vezes juiz municipal e de Órfãos de Catalão, em Goiás, primeiro entre 1852-4 — no entanto, em 1858, mudou-se de volta para o Rio de Janeiro, onde acabou caindo nas graças do jornalismo e da crítica literária até seu retorno a Goiás —, e entre 1861-4, período em que passou a ocupar interinamente todo o juizado. Logo no ato de sua posse, Guimarães convocou um júri sucinto para libertar onze réus, instalados em condições precárias.
Em 1864, retornou ao Rio de Janeiro, onde publicou Poesias, volume que reunia “Cantos da solidão”, “Inspirações da tarde”, “Poesias diversas”, “Evocações” e “A baía de Botafogo”. A partir de 1866, estabeleceu-se em Ouro Preto, onde foi nomeado professor de retórica e poética no Liceu Mineiro. No ano seguinte, casou-se com Teresa Maria Gomes, com quem teve oito filhos.
Em 1875, escreveu A escrava Isaura, a mais popular das suas obras, e provavelmente o romance que melhor definiria seu trabalho abolicionista. A partir dessa publicação, dedicou-se integralmente à literatura, escrevendo outros quatro romances e duas coletâneas de versos. Anos mais tarde, em 1881, foi homenageado pelo imperador Dom Pedro II, enquanto este visitava Minas Gerais.
O que se conhece de sua produção poética foi reunido em Poesias completas de Bernardo Guimarães, edição lançada em 1959, cuja organização, introdução, cronologia e notas foram assinadas por Alphonsus de Guimaraens Filho, contando também com suas poesias libertinas, tais como “O elixir do Pajé” e “A origem do mênstruo”.
Morreu em sua cidade natal, em 10 de março de 1884.
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