Manuel Antônio Álvares de Azevedo, mais conhecido por Álvares de Azevedo, nasceu na cidade de São Paulo em 12 de setembro de 1831. Filho de Maria Luísa Carlota Silveira da Mota Azevedo e de Inácio Manuel Álvares de Azevedo, mudou-se com a família em 1833 para o Rio de Janeiro.
Já contando com seus treze anos, matricula-se, em 2 de junho de 1845, no Colégio d. Pedro II, onde tem aulas, entre outros, com Gonçalves de Magalhães (1811-87), autor de Suspiros poéticos, obra inaugural do romantismo no Brasil. No ano de 1847, aos dezesseis anos, após dois anos de estudos na instituição, recebe o grau de bacharel em letras, equivalente ao ensino médio.
Em 1848, retorna para São Paulo, matriculando-se em 1º de março na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Assim que chega à cidade paulista, vai morar numa república onde havia sido criada, em 1845, a Sociedade Epicureia, um movimento estudantil inspirado no poeta britânico Lord Byron. Ali, Álvares de Azevedo teve como companheiros Aureliano Lessa e Bernardo Guimarães, autor de A escrava Isaura e A ilha maldita (publicado pela Fora do Ar). Nesse mesmo ano, o poeta dedica-se intensamente à atividade intelectual: além dos estudos jurídicos, tem contato com diversas obras de grandes autores e escreve em prosa e verso.
Pouco mais tarde, em 1852, durante suas férias na cidade do Rio de Janeiro, na fazenda do barão de Itapacorá (seu parente), no município de Itaboraí, sofre em 10 de março uma queda de cavalo; surgem, pela primeira vez, os sintomas de uma tuberculose pulmonar. Logo depois do acidente, é operado de um tumor na fossa ilíaca e, nos quarenta dias seguintes à cirurgia, apresenta alguma melhora. É desse período de convalescência o seu retrato feito pelo pintor austríaco Ferdinand Krumholz.
Álvares de Azevedo morre às 17h de um domingo de Páscoa no dia 25 de abril de 1852, na cidade do Rio de Janeiro. De acordo com o atestado médico, o poeta faleceu em decorrência de uma enterite, com perfuração do intestino. No dia seguinte, durante o velório, o escritor Joaquim Manuel de Macedo lê comovido o poema do amigo, “Se eu morresse amanhã”, escrito dias antes de sua morte, transcrito a seguir:
Se eu morresse amanhã
Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria,
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera, chorando, essas coroas,
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que doce n’alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito,
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o doloroso afã…
A dor no peito emudecera ao menos,
Se eu morresse amanhã!
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