Úrsula é o romance que dá voz a Escravizados e aos seus pontos de vista e sentimentos. É com empatia e tristeza que ouvimos as vozes de Túlio, Susana e Antero em meio ao sofrimento proveniente da escravidão. É por justiça que torcemos ao mergulharmos na leitura.
Informações editoriais
Autora: Maria Firmina dos Reis
Prefácio: Kimani
Apresentação e posfácio: Régia Agostinho da Silva
Capa: Arthur Lamas
Diagramação: Abordagem Editorial
Edição: Nestor Turano Jr.
Preparação: Cinthia Pereira Cardoso
Revisão: Julian F. Guimarães
Gênero: Literatura brasileira
Lançamento: 9/3/2020
Páginas: 252
Formato: 14 x 21 cm
Acabamento: Brochura (PUR)
ISBN: 978-65-80491-06-3
Esta narrativa pioneira de denúncia é rica em diálogos e monólogos que não somente nos prendem pelo conflito amoroso entre a protagonista Úrsula e seu amado Tancredo, como já é de se esperar pela tradição romântica, mas principalmente pelo foco na construção das personagens secundárias do livro, trazendo o drama do contexto histórico.
Sinopse
Centrado na história de amor entre Úrsula e Tancredo, jovens que têm a relação marcada por obstáculos familiares, neste romance são retratados personagens até então marginalizados pela sociedade e condenados ao trabalho escravo, aqui representados de maneira humana e verossímil.
É o caso de Susana, que descreve com pesar como fora arrastada da África, de um modo bárbaro e cruel, e separada de seu povo e familiares. Em condição similar, Túlio carrega consigo uma lealdade sem igual, mesmo àqueles que o escravizaram, além de nutrir um sentimento de pureza e humildade. Ambos imprimem um senso de esperança à narrativa.
Por mais de um século e meio esta denúncia à condição de negros e mulheres do século XIX, trazida em Úrsula por Maria Firmina dos Reis — uma das primeiras escritoras negras brasileiras —, caminhou entre a indiferença glacial de uns e o riso mofador de outros, mas resistiu à ação do tempo e continua reverberando em nossa sociedade.
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sobre a autora
Maria Firmina dos Reis nasceu em São Luís do Maranhão, em 11 de março de 1822, apesar de seus registros mostrarem que ela teria nascido mais de três anos depois, em 21 de dezembro de 1825 — uma enfermidade em seus primeiros anos de vida teria atrasado o seu batismo. Em sua certidão consta apenas o nome de sua mãe, Leonor Felippa dos Reis; a paternidade de João Pedro Esteves apenas foi declarada muitos anos mais tarde, no registro de óbito de Firmina. Seu pai havia sido sócio do proprietário de terras Caetano José Teixeira, comerciante de grande influência durante a instalação do Império, e quem também havia alforriado sua ex-escrava Leonor.
Afrodescendente e filha ilegítima desse relacionamento, vivendo num momento social de extrema segregação racial, ela se muda com a mãe e a irmã, em 1830, para a casa de uma tia materna mais abastada, na então vila de São José de Guimarães, no município de Viamão. Sua vida ali foi bastante oportuna para garantir-lhe uma melhor formação. A partir de 1847 começa a se dedicar ao magistério, tornando-se professora de primeiras letras, em Guimarães, profissão que exerce até o ano de 1881. […]

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