Autoria: Nestor Turano Jr.
Data: 11 out. 2022
Data: 11 out. 2022
Precisamos conversar…
Como vocês devem ter percebido, demos um ghosting por longos meses. Nossa assiduidade nunca foi muito ferrenha, mas sempre tentamos manter o mínimo de frequência para zelar por um canal saudável com quem nos acompanha e curte nosso trabalho.
Em respeito à comunidade que estamos construindo, pedimos desculpas pelo nosso longo hiato e queremos prestar alguns esclarecimentos.
Temos certas razões pessoais, que não cabem aqui, mas também algumas de outra ordem. São destas que queremos tratar nesta carta.
Abrir, em 2019, uma editora independente, com uma proposta como a da Fora do Ar, não parecia uma tarefa fácil, mas estávamos cientes disso e desde o início tínhamos cenários menos favoráveis mapeados.
Sabíamos que o governo de Bolsonaro é avesso à cultura, à ciência e à democracia, e usamos isso como combustível, para sermos resistência contra sua política genocida.
Tivemos o azar de abrir uma editora independente, em meio ao governo que acaba de cortar R$ 2,4 bi do MEC e que mais facilitou o acesso da população civil às armas… e às vésperas de uma pandemia.
Os desdobramentos da pandemia de covid-19, potencializados pela não gestão de Bolsonaro, nos fragilizou enquanto indivíduos e enquanto empresa.
Ao longo dos últimos 2 anos tentamos seguir como foi possível, mas cientes de que a editora deixara de ser nossa prioridade.
Nos últimos 2 anos, milhares de pessoas foram despejadas e o Brasil voltou ao mapa da fome. Queríamos vender nossos livros, mas entendemos que antes de nutrir a mente, as pessoas precisam nutrir o corpo. Logo, o livro não era uma necessidade fundamental.
Passamos meses em hiato, pois percebemos que a premissa da Fora do Ar de 2019, apesar de não muito distante dos dias de hoje, já não é mais compatível com o ano de 2022.
Não vamos prometer que seremos perfeitos e constantes, mas não queremos abrir mão desse ideal, por isso vamos redirecionar o voo.
Tome seu lugar ao nosso lado. Está na hora de encontrarmos a próxima parada.
Fontes:
