Autoria: Nestor Turano Jr.
Data: 2 ago. 2019
Esses dias eu terminei de assistir a essa joia. Ok, não foi exatamente “esses dias”. Foi mais “em janeiro de 2019” mesmo! Porém, o que acontece é o seguinte: quando eu terminei a série, eu a recomendei para todos que passavam por mim. E, mesmo depois desses meses, eu ainda continuo recomendando DEMAIS essa série! Naturalmente, eu precisava recomendá-la para você também.
Hannibal apresenta uma releitura da série clássica de romances policiais — e pouco estimada aqui no Brasil —, “Dr. Hannibal Lecter”, escrita por Thomas Harris. A saber:
Dragão vermelho (1981)
Dragão vermelho (1981)
O silêncio dos inocentes (1988)
O silêncio dos inocentes (1988)
Hannibal (1999)
Hannibal (1999)
Hannibal: A origem do mal (2006)
Hannibal: A origem do mal (2006)
Como disse, os livros atendem a um público específico, e, se não me falha a memória, acho que só vi uma vez na minha vida inteira alguém na rua carregando um exemplar. Posso estar sendo injusto (e me desculpem caso esteja mesmo), mas apenas neste ano que O silêncio dos inocentes, o primeiro da série, está ganhando uma reedição à altura. Não culpo a Editora Record por essa espera, afinal se os leitores procuram o livro, ela o imprime; se não procuram, ela pode ou não imprimi-lo; a lógica é mais ou menos essa (bem mais ou menos mesmo, pois não vou entrar nesse assunto). Não culpo os leitores também. Aliás, não culpo ninguém! É apenas uma infelicidade que poucos tenham tido a oportunidade de ler ao livro. Eu mesmo consegui ler o primeiro neste ano somente. Mas, enfim, falemos da série televisiva, que é o foco deste post.

Nova edição de O silêncio dos inocentes (2019)

Eu amo séries nas quais começo, meio e fim são pensados desde a concepção do projeto — e respeitados mesmo diante de eventuais sucessos de audiência — porque demonstram um cuidado particular por parte dos realizadores quanto à história. Essa em questão tem uma fotografia impecável e é deliciosa de se assistir; o roteiro é redondo e recheado de simbolismos e discussões filosóficas, além de, obviamente, muita tensão, suspense e explosões de cabeça (às vezes, literalmente).
A trama principal envolve a relação no mínimo peculiar de duas figuras brilhantes, cada uma à sua maneira. De um lado temos o professor e investigador especial do FBI Will Grant (interpretado por Hugh Dancy), e do outro, o psiquiatra Hannibal Lecter (interpretado pelo geniaaaal Mads Mikkelsen). Will tem um talento nato para se projetar na mente de um assassino e, a partir das evidências deixadas na cena do crime, tirar conclusões muito precisas quanto à motivação do crime, método utilizado, até, enfim, chegar ao culpado. No entanto, há quem diga que todo dom vem acompanhado de uma maldição. Projetar-se na mente de um assassino sempre fez com que Will sofresse uma série de distúrbios psicológicos — no passado, tal instabilidade o levou a ser reprovado no exame psicológico do FBI.
Logo no início da série, Will é chamado pelo big boss da sessão, Jack Crawford (Laurence Fishburne), para investigar um crime brutal. Relutante, ele aceita o convite porque sente a necessidade de fazer isso. Jack tem em Will a figura de um excelente profissional, capaz de resolver qualquer coisa, todavia também conhece seu histórico comportamental. Seguindo a sugestão da psicóloga Alana Bloom (Caroline Dhavernas), Jack orienta Will a ter sessões semanas com o psiquiatra indicado por ela: Hannibal Lecter.
A menos que você tenha estado fora do ar esse tempo todo, você já deve saber que Hannibal é canibal. Ele é extremamente inteligente e articulado, além de ser poliglota, um excelente mestre de cerimônias e um verdadeiro chef de cozinha! (Peças humanas não podem ser preparadas por qualquer um, então ele teve que aprender a cozinhar, e o fez com maestria.) Tudo isso é um prato cheio para Will, que terá em Hannibal o seu maior inimigo. No entanto, suas sessões lhe mostraram que o psiquiatra também seria a única pessoa capaz de compreendê-lo.
Já deu para perceber que Hannibal é, no mínimo, interessante. Ela se fecha em três temporadas compostas por treze episódios de similar duração (50 min a 1h cada). A primeira delas, exibida entre abril e junho de 2013, carrega uma atmosfera quase que exclusivamente policial. Crimes, mistérios, assassinatos em série, idas e vindas à delegacia, sangue (muito sangue), e culinária — que, me julguem, chega a dar água na boca.
A segunda temporada, exibida no mesmo período do ano seguinte, começa a tomar um tom mais filosófico e reflexivo, portanto o ritmo muda substancialmente, mas o processo é lento e gradual — como o preparo de uma boa refeição. Já a terceira (2015) caminha para o desfecho e, sem spoilers, o faz de maneira épica, histórica, genial, artística, magistral, meu Deus! Sério. Assista. Já.

OUTRAS POSTAGENS DO BLOG

Back to Top