Autoria: Arthur Lamas, Julian F. Guimarães e Nestor Turano Jr.
Data: 31 out. 2019
Há quem diga que às 3h da madrugada os portões do inferno se abrem. Acreditando nisso ou não, é incontestável que desde os primórdios da nossa civilização, esse espaço é conhecido como o lugar de tudo quanto há de ruim e maligno, isso porque a perversidade é um dos impulsos mais primitivos do coração humano, como já dizia o velho Edgar Allan Poe.
Não queremos que os portões se abram, mas para “celebrar” esta data macabra, fizemos uma seleção de algumas obras (livros, filmes, músicas etc.) que exploram os limites da sanidade humana.
ARTHUR
1. O silêncio dos inocentes, de Jonathan Demme (direção)
Não é exatamente do gênero terror — um gênero que não sou exatamente o maior fã —, mas esse drama que mistura suspense com thriller policial chamou muito a minha atenção pela construção narrativa e por causa das pontas soltas que se apresentam no filme e que se juntam no final, com um suspense maravilhoso. Gosto desse tipo de coisa! =)
2. Tokyo Ghoul, de Sui Ishida
A série de mangás shounen apresenta um drama que debate temas como preconceito, extremismo e política. A história acontece em um universo no qual, entre seres humanos normais, existem criaturas conhecidas como Ghouls, que vivem como humanos, mas um único detalhe os difere: eles só conseguem se alimentar de carne humana.
(INDICAÇÃO EXTRA)
3. “Don’t Talk to Strangers”, de Ronnie James Dio

Um grande clássico do Dio, no qual ele diz para não falar com estranhos, pois coisas ruins podem acontecer com você. Um alerta em um tom sombrio e macabro, como esperado do deus do metal, e que gosta muito de incluir debates teológicos em suas letras.
JULIAN
4. 
A ilha maldita, de Bernardo Guimarães
Embora não seja do gênero de terror, esse livro é repleto de suspense e de acontecimentos bizarros. O autor, Bernardo Guimarães, criou uma obra de mistério e fantasia, de maldição e assassinatos. Assombrado pela chegada de uma mulher sinistra e a história de uma ilha amaldiçoada, um grupo de pescadores resolve desafiar os perigos dessa lenda, mas não imaginam o preço que essa atitude lhes custará.
5. O bebê de Rosemary, de Roman Polanski (direção)
O filme é antigo, mas o terror é um gênero que supera o tempo. Nesse longa, um jovem casal se muda para um prédio habitado por pessoas estranhas, que logo revelam fazer parte de uma seita diabólica. O diretor, Roman Polanski, assistiu, poucos meses depois do lançamento do filme, ao assassinato de sua esposa Sharon Tate pela assustadora Família Manson. Uma sinistra coincidência…
NESTOR
6. Battle Royale, de Koushun Takami
Um governo totalitário anualmente joga uma turma de alunos numa ilha, entrega a cada um deles uma mochila com itens de sobrevivência e uma arma sortida, que pode ser tanto uma metralhadora quanto (puts) um garfo, e só pode haver um sobrevivente. Esse calhamaço de 664 páginas foi devorado em tempo recorde, pois a escrita é muito ágil e a trama, apesar de num primeiro momento parecer superficial, é recheada de diálogos sobre autoritarismo, resiliência e, sobretudo, amizade.
Se você se intimida com um livro desse tamanho, Battle Royale (1999) já virou mangá (roteiro do próprio autor e arte de Masayuki Taguchi) e até filme (direção de Kinji Fukasaku e Kenta Fukasaku). Mas se você tem estômago fraco, recomendo que fique apenas no texto mesmo, pois as imagens talvez te tirem algumas noites de sono!
A obra foi publicada no Brasil pela Editora Globo Alt em 2014.
7. Invasão zumbi, de Sang-ho Yeon (direção)
Um executivo sem tempo para a família decide sacrificar algumas horas no escritório para levar sua filha de volta à mãe, com quem já não mantém boas relações desde o divórcio. No caminho, uma passageira entra clandestinamente no trem e se comporta de uma maneira, digamos, “estranha”. Em instantes, ela para de se contorcer e arranca uns bifes da comissária que lhe prestava socorro, apenas. Não estamos falando daquele zumbi caricato de Walking Dead ou A hora dos mortos-vivos. Os zumbis desse universo correm, não se decompõem e são muito, muito fortes.
Acompanhamos esse pai desesperado para proteger sua negligenciada filha por 2h seguidas claustrofóbicas (90% do filme se passa dentro do trem), e, ao passo que os demais passageiros vão perdendo sua humanidade, ele e o grupo formado ali dentro vão se tornando cada vez mais humanos. Eu duvido que você não vai se emocionar com a garotinha e ficar vermelho de raiva com um certo personagem que é um dos piores “vilões” da história da humanidade!

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